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Carreira e Maternidade: como organizações podem apoiar a busca de equilíbrio e propósito?

Todos nós sabemos que as empresas, na sua maioria, objetivam resultados, lucro, crescimento, evolução, paradoxalmente, reduzindo custos, investimentos e pessoal. Claro que existem exceções, empresas “ditas mais humanas” que possuem indicadores de engajamento, saúde, algumas, recentemente, até felicidade que são considerados lado a lado com os indicadores financeiros na tomada de decisão. Porém, na minha prática de 17 anos como consultora o que observo mais, ainda, é o primeiro grupo.


Vamos fazer um recorte. Uma mulher que trabalhava em um ritmo de mais de 44 horas semanais, sai para um processo de licença maternidade de 6 meses (nas empresas mais humanizadas) e retorna ao trabalho. Já passou 6 meses, mas essa mulher, essa mãe, essa trabalhadora ainda têm um recém-nascido em casa. Depois das 44 horas de trabalho semanal ela ainda terá 124 horas de trabalho intenso para nutrir essa nova vida. Quem experimentou essa experiência sabe o quanto as emoções estão à flor da pela, o quanto nossos valores são questionados, o desejo de retornar e ao mesmo tempo ficar com seu filhote. Haverá um dia que a primeira infância será “cuidada” de outra forma, temos documentários belíssimos nos convidando a olhar para esse tempo da vida com maior consciência, um deles é O Começo da Vida.


Contudo, enquanto não temos políticas públicas que apoiem as mães e pais durante os primeiros anos da infância cabe às próprias famílias lidarem com esse momento desafiador e importante da vida e empresas oferecerem algum tipo de apoio para que mães e pais possam experimentar maior equilíbrio e seguir trabalhando enquanto cuidam de seus filhos pequenos.


Na Oipé acreditamos que dois aspectos importantes precisam ser trabalhados para apoiar famílias nesse momento tão importante das crianças (os primeiros 7 anos são cruciais ao desenvolvimento humano, segundo a antroposofia).


O primeiro aspecto é oferecer apoio para que mães e pais, mas especialmente as mães, possam assentar esses sentimentos e estabelecer uma nova rotina e construir uma rede de apoio que sustente esse novo momento de vida, contemplando a maternidade e carreira. Temos um programa desenhado especialmente para isso: Mentoria Individual e em Grupo para profissionais mães. Incentivamos muito a mentoria em grupo porque é um espaço potente de troca entre mães que estão vivendo os mesmos desafios e que coletivamente podem receber e oferecer empatia para lidar com seus desafios e pensar em novas soluções para melhor viver essa fase de vida.


O segundo ponto é a preparação da liderança para acolher esse momento. Encontraremos, sem dúvida, alguns líderes já preparados para isso. Aqui lembro de uma história linda. Minha mãe conta que quando voltou de licença maternidade em 1983 depois de 3 meses (já melhoram os um pouco, graças à luta de outras mulheres) ela chorava no trabalho pela separação do seu bebê (no caso, eu). Pensou em desistir, deixar o trabalho. Ela teve um líder que era um pai que havia ficado viúvo com um filho de 2 anos, casara novamente e tinha mais 3 filhos. Minha mãe era caixa, alguns dias precisava ficar até mais tarde para finalizar suas atividades. Ela conta que, muitas vezes, durante esse período ele se oferecia para finalizar o trabalho dela para que ela pudesse sair e cuidar da sua bebê. Esse líder já havia vivido na pele os desafios do cuidado. Ele era capaz de naturalmente empatizar com sua funcionária recém mãe e oferecer apoio. Porém, essa não é a realidade. Os números comprovam, de acordo com estudo recente da FGV: “Após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade está fora do mercado de trabalho, um padrão que se perpetua inclusive 47 meses após a licença. A maior parte das saídas do mercado de trabalho se dá sem justa causa e por iniciativa do empregado.” Assim, faz-se necessário investir no desenvolvimento das lideranças para que estas sejam capazes de oferecer apoio, feedback e desenharem acordos com essas mães após o retorno da licença maternidade e nos meses subsequentes.


Quer saber mais como podemos contribuir com esse tema na sua empresa?


Nos contate!


Patricia Muller Buzolin

Sócia Fundadora da Oipé Desenvolvimento de Líderes e Equipes.


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