Um dos maiores problemas dos grupos que trabalhamos, tanto em Coaching de Time quanto em Processos de Desenvolvimento de Equipe, está relacionado a uma das necessidades interpessoais descrita por Will Schultz no Livro “Profunda Simplicidade – Uma Nova consciência do Eu Interior: a Inclusão.
Quanto um grupo se forma ou, mesmo que ele exista há anos, é importante que os participantes do grupo se sintam parte. Sintam que pertencem a esse grupo. Sintam-se considerados pelas pessoas que compõe o grupo. Percebam que tem voz no grupo, que podem participar livremente.
Vocês podem estar se perguntando, como assim? Como esse é um dos maiores problemas do grupo quando uma equipe trabalha juntos há anos? Sim, esse é um dilema dos grupos que trabalham juntos há anos. Por que? Um deles é que, normalmente o líder não investe tempo e energia para trabalhar a inclusão na sua equipe. Ele considera que, como as pessoas trabalham juntos há anos, todas já se sentem parte. O líder, muitas vezes, acredita que o processo de Onbording já aconteceu via processos organizacionais e de Recursos Humanos.
Entretanto, sentir-se parte, pertencer, como descreve Schultz, além de ser uma das etapa da vida de um grupo ou da equipe, também refere-se à uma necessidade humana. Como sabemos necessidades humanas flutuam na medida que as coisas acontecem. Exemplo: um belo dia posso me sentir parte do grupo, perceber que recebo atenção das pessoas, que minhas ideias são ouvidas e portanto me sinto estimulado a participar dessa equipe. Acontece algo na equipe, meu projeto deixa de ser prioridade, não sou mais convidado para reuniões importantes e minha opinião sobre meu lugar no grupo se modifica. Então, opto por silenciar, no lugar de participar.
Schultz também descreve que cada necessidade humana traz consigo uma ansiedade básica. A ansiedade básica da Inclusão é ser insignificante, ou seja, toca na competência auto estima. Auto estima não é algo 100% estável na vida. Quantos de nós acordamos, muitos dias, nos sentindo os super homens/super mulheres e em outros dias o menor dos indivíduos. O que isso significa? Que nossa auto estima varia. Portanto, a necessidade de inclusão nos grupos e equipes também varia.
O líder precisa ter consciência que, uma das suas tarefas é realizar a “leitura” frequente do seu grupo. Como está a participação no grupo? Os membros do grupo tem equilíbrio de participação? Quem participa e quem silencia?
Como sociedade, criamos Rituais para dar conta das necessidades humanas de inclusão. Por exemplo: votar quando chegamos aos 18 anos, vestibular para ingressar no curso superior, casamento para iniciar uma vida a dois, perguntar o nome/origem quando conhecemos alguém. Aqui vou compartilhar uma experiência pessoal. Acabei de mudar de estado e minhas filhas iniciaram em uma nova escolha (Waldorf Micael Fortaleza) e nessa escola tem um dia de festa para receber os pais novos. Foi emocionante, recebemos de um pai da escola (algo feito por eles) um presente para cada uma das nossas filhas. Estávamos no centro da roda sendo cuidados para entrarmos com o pé direito nessa nova jornada escolar. Com certeza esse ritual me estimulou à participar, buscar ajuda e me abrir.
Na sua liderança, quais os rituais de inclusão que você costuma praticar na entrada de um novo membro no time? E nas suas reuniões de time, o que tem feito para cuidar da inclusão/da participação? Você tem alguma estratégia nesse sentido?
Nós iremos conversar sobre isso e muito mais no nosso próximo curso: Design de Rituais: o líder facilitador de Experiências. Quer saber mais? Acesse nosso site.
Patrícia|Sócia Fundadora Oipé
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