O Poder Mágico das Perguntas
Qual a diferença entre perguntas abertas e fechadas? E por que elas fazem tanta diferença quando estamos buscando respostas profundas durante nossa jornada de desenvolvimento?
Essas duas questões irão guiar esse artigo que tem como objetivo ajudar líderes a aumentar a sua capacidade de contribuir com a jornada de desenvolvimento de seus liderados.
Tenho certeza que cada um de vocês, que está lendo esse texto agora, já experimentou os resultados na sua própria vida desses dois tipos de perguntas. A pergunta aberta é aquela que aumenta o fluxo de endorfina no seu corpo, que leva você a novas ideias, traçar planos, que aumenta seu nível de curiosidade e faz com que você atinja um novo nível de pensamento. Apesar de ser uma habilidade que algumas pessoas já possuem, é possível, também, desenvolvê-la. Procure lembrar-se da última conversa que você teve com alguém capaz de despertar em você esse fluxo. O que essa conversa despertou em você? Que perguntas foram feitas? Usualmente, as perguntas abertas “esticam nossa mente” e tocam naquilo que realmente tem significado para nós.
Já as perguntas fechadas são perguntas que nos levam ao passado, nos levam a explicar porque não conseguimos fazer algo, justificar nosso comportamento, racionalizar nossas opções, pensamentos e resultados. Normalmente, quando alguém nos faz perguntas fechadas a pessoa tem uma agenda própria, está querendo nos ensinar algo, nos direcionar.
Lembre de uma conversa que foi conduzida com perguntas fechadas. Como você se sentiu? Que resultados obteve dessa conversa? É muito importante aprendermos como abrir qualquer pergunta que formulamos, assim seremos capazes de estimular em nossos interlocutores um fluxo enorme de ideias.
O grande poder mágico das perguntas abertas é que elas são capazes de gerar conscientização, movendo o indivíduo à exploração e busca de soluções criativas.
Enquanto as perguntas fechadas resultam em respostas sim/não, isto ou aquilo finalizando a conversa, as perguntas abertas encorajam as pessoas a reflexão profunda, convidando-as a relaxar e olhar profundamente para elas mesmas e acessando suas próprias perspectivas. Elas provocam um estado mental de descoberta, insight, comprometimento e ação, ao invés de voltar-se para o que não funciona ou não funcionou no passado.
O principal poder das perguntas abertas é que elas levam as pessoas a descobrirem suas próprias respostas e tornarem-se 100% responsáveis por suas escolhas e ações.
Quando seus liderados os procuram para aconselhamento e vocês utilizam perguntas abertas, estarão auxiliando-os no empoderamento pela sua jornada de desenvolvimento, promovendo conscietização, insights e novas ideias, o que contibui para diálogos produtivos de desenvolvimento, ajudando os profissionais potenciais a responsabilizarem-se pela direção de suas carreiras e sua evolução.
Transformando perguntas abertas em perguntas sistêmicas: Quanto melhor a qualidade das suas perguntas, maior o potencial de gerar reflexão e mudanças efetivas. Veja o exemplo abaixo:
Negativa: Por que você não tem tempo suficiente? (leva a justificar, explicar o problema) Fechada: Há alguma maneira de criar mais tempo? (sim/não) Aberta: Como posso criar mais tempo para mim? Mais aberta ainda: Quais são as maneiras que eu poderia criar mais tempo para mim? (plural) Focada: Quais poderiam ser as melhores formas de criar mais tempo para mim? Perguntas Sistêmicas: Como posso maximizar o uso do tempo, todos os dias de minha vida?
Algumas ideias para potencializar suas perguntas: 1) Usar a palavra PODERIA em suas questões: Como você pode aprender mais? Como você PODERIA aprender ainda mais? Como você PODERIA encontrar ainda mais valor nessa atividade? Quem PODERIA te apoiar nessa atividade? 2) Fazer perguntas no PLURAL: Quais são as possíveis maneiras de aprender mais? Quais são os resultados que você quer obter dessa experiência? Quais são as outras formas de aprender sobre isso no futuro? 3) Adicionar palavras como: a melhor, a mais importante: Quais são algumas das melhores coisas que você pode aprender dessa experiência? Quais são as coisas mais importantes para considerar ao escolher esse caminho de carreira? 4) Explore os verbos que criam movimento: desenvolver, inspirar, crescer, aprender, criar. Quais são as melhores maneiras de desenvolver essas competências? Como você poderia começar a aprender ainda mais sobre esse método de perguntas? 5) Explorar o sistema de pensamento. Exemplos de um sistema mais amplo: Sua vida inteira, seu corpo, sua família, seus vizinhos, sua cidade, seu país, uma escala numérica (1-10). A ideia aqui é criar um expectro de mínimo e máximo resultado utilizando um sistema. Qual seria o melhor resultado se você pudesse fazer uma escala de alternativas de 1 a 10, sendo 10 a melhor? Vamos supor que você poderia ler o livro de sua vida e que você pudesse explorar cada capítulo desse livro. Como você poderia usar esse livro para melhor entender o propósito de sua vida como um todo? Como poderia viver melhor esse propósito todos os dias?
Vamos praticar?
Que tal registrar aqui as perguntas que você fizer na próxima conversa com um de seus liderados? Agora volte ao exercício: Transformando as perguntas abertas em ainda mais abertas e reescreva novas versões de suas perguntas.
Texto inspirado no capítulo 4: “Turning on the Tap: The Magic of Open-Ended Questions.”do Livro Step-by-Step Coaching – Marityn Atkinson, PhD e Rae T Chois.
#desenvolvimentodeequipes #comunicaçãodireta #mentor #mentoring #coaching #diálogosdedesenvolvimento #liderança #lidercoach